Em todo o país, 4 mil 832 mulheres foram assassinadas em 2014. Só no estado de São Paulo, onde foi registrado o maior número de casos, foram 613 homicídios. Em Mato Grosso do Sul, o aumento de assassinatos de mulheres pretas ou pardas aumentou 53 por cento e o número de estupros chega a 106,3 casos em grupo de 100 mil mulheres, o terceiro pior resultado do país.
Em quase todos os estados, à exceção do Paraná, a maioria das vítimas eram pretas e pardas. É o que revela o Panorama da Violência contra as Mulheres no Brasil, uma compilação inédita de indicadores nacionais e estaduais realizada pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), ligado ao Instituto de Pesquisa DataSenado.
O estudo analisou o número de homicídios de mulheres registrados em 2014 no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. A taxa foi de 4,6 por cento de assassinatos para cada 100 mil mulheres no país. Do total de vítimas, 62 por cento eram pretas ou pardas.
Os estados do Amapá, Pará, Roraima, Pernambuco, Piauí e Espírito Santo apresentaram taxa de homicídio de mulheres pretas e pardas mais de três vezes superior à de mulheres brancas.
O Panorama verificou que, de 2006 a 2014, enquanto a violência letal contra mulheres brancas foi reduzida 3 por cento, em média, no mesmo período, a taxa de homicídios de mulheres pretas e pardas aumentou cerca de 20 por cento.
O levantamento indicou que no período de 2006 a 2014, a porcentagem de homicídio de mulher no Estado teve leve queda se comparado dados de vítimas consideradas brancas (3 por cento). No caso de negras ou pardas, esse mesmo índice aumento em 53 por cento.
Mato Grosso do Sul também apareceu com alto índice de estupro em grupos de 100 mil mulheres. O estado é o terceiro onde mais esse tipo de violência foi praticado, atrás apenas do Acre, que lidera o ranking, e Roraima. (pulsar/agência patrícia galvão)