A relatora especial sobre os direitos dos povos indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), Victoria Tauli-Corpuz, apresentou aos membros da Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU) suas recomendações para garantir os direitos humanos das populações originárias no Brasil, além de Honduras e de países nórdicos. Ainda, somente este ano, a especialista enviou mais de 50 comunicados para mais de trinta países, cobrando governos sobre violações de direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de indígenas por todo o mundo.
Esta foi a primeira participação de Tauli-Corpuz no principal órgão da ONU depois da visita oficial ao Brasil. Em março de 2016, a indígena Tauli-Corpuz esteve no país, visitando aldeias e acampamentos indígenas no Pará, Mato Grosso do Sul e Bahia, além de ter se reunido com representantes dos três poderes da República e organizações ligadas ao agronegócio.
Para ela, as mudanças na conjuntura política do país “consolidaram ainda mais os interesses e o poder da elite econômica e política, em detrimento dos direitos dos povos indígenas”, referindo-se à queda de Dilma Rousseff pela manobra parlamentar que levou ao impeachment da presidente, em agosto deste ano.
A relatora saudou o cancelamento do processo de licenciamento da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, fruto dos esforços de oposição dos Munduruku e outras populações indígenas e tradicionais que vivem naquele território, e a homologação da terra indígena Cachoeira Seca, do povo Arara, na região atingida pela construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará – lamentando, no entanto, a não-implementação das demais condicionantes estabelecidas às populações indígenas relacionadas à usina. (pulsar/cimi)