No dia que completa quatro anos do crime socioambiental das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, cerca de 200 atingidos por barragens nas bacias do rio Doce, do rio Paraopeba e do rio Jequitinhonha bloqueiam a MG 129 – saída para Barão de Cocais – em Mariana, Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (5). O protesto faz parte da Jornada de Lutas “A Vale destrói, o povo constrói”, que começou no último domingo (3).
A insatisfação dos atingidos é na reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão feito pela empresa publicitária das mineradoras, Fundação Renova, que cumpre o papel de enrolar os atingidos, negar direitos e criar conflitos nas comunidades na bacia do Rio Doce.
Os atingidos questionam a volta da operação da mineradora Samarco, no momento que não existe a reparação socioambiental na bacia do rio Doce e no litoral do Espírito Santo. Há quase uma semana, a empresa obteve a Licença de Operação Corretiva (LOC), liberada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denuncia que a Fundação Renova tem a tarefa de enrolar os atingidos. Passados quatro anos, eles estão longe de ver seus problemas resolvidos. São 362 famílias que não tiveram reassentamento coletivo e milhares de trabalhadores sem empregos. São pescadores, agricultores e comerciantes sem fonte de renda e que não obtiveram nenhuma reparação.
A população pressiona para a contratação imediata das Assessorias Técnicas escolhidas pelas comunidades atingidas em dezembro de 2018 e homologadas em agosto de 2019. As Assessorias Técnicas são um importante instrumento técnico para subsidiar a luta na garantia dos direitos dos atingidos. (pulsar/mab)