O Serviço Copernicus de Mudança Climática, um órgão da União Europeia, publicou nesta quinta-feira (5) a primeira de várias análises que virão nos próximos dias confirmando que 2016 foi, de fato, o ano mais quente da história. Segundo a agência europeia, a média de temperatura do ano passado foi de 14,8 graus Celsius. Ela foi 0,2 graus mais alta do que a de 2015, até então o recordista absoluto de calor. No total, a Terra chegou a 1,3 graus Celsius acima da média da era pré-industrial.
É um valor perigosamente próximo do limite de 1,5 grau que os países se comprometeram a tentar atingir no Acordo de Paris, de 2015. Este limite pode ser chamado de “centro da meta” da inflação climática da humanidade: acima dele, eventos como a elevação do nível do mar no longo prazo decretariam a extinção de pequenas nações insulares no mundo inteiro.
O “teto da meta” de Paris é evitar que o aquecimento chegue aos dois graus Celsius em relação à era pré-industrial. Uma grande quantidade de evidências científicas aponta que um aquecimento dessa magnitude colocaria a Terra em um território climático desconhecido e sujeito a eventos devastadores.
Ambas as metas são consideradas muito difíceis de alcançar. Hoje, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, mesmo se todas as emissões do mundo parassem agora, nós teríamos apenas 50 por cento de chance de evitar um aquecimento de 1,5 grau. Segundo o Copernicus, o mês de fevereiro de 2016 chegou a tocar o 1,5 grau, devido à forte influência do fenômeno El Niño no começo do ano. Mesmo após a dissipação do El Niño, no meio do ano, as temperaturas seguiram excepcionalmente altas em 2016. O serviço europeu associa essa continuidade à perda de gelo marinho no Ártico e na Antártida. (pulsar/observatório do clima)