Entende-se por Linguagem formal estudo de modelos matemáticos que possibilitam a especificação e o reconhecimento de linguagens (no sentido amplo da palavra), suas classificações, estruturas, propriedades, características e inter-relacionamentos.
A importância dessa teoria na Ciência da Computação é dupla: ela tanto apóia outros aspectos teóricos da Ciência da Computação (decidibilidade, computabilidade, complexidade computacional, por exemplo), como fundamenta diversas aplicações computacionais tais como processamento de linguagens, reconhecimento de padrões, modelagem de sistemas.
Para definir o que é a Teoria das Linguagens Formais é necessário definir o que é linguagem e o que é linguagem formal. Inicialmente, de maneira bastante informal, podemos definir uma linguagem como sendo uma forma de comunicação. Elaborando um pouco mais esta definição, podemos definir uma linguagem como sendo "um conjunto de elementos (símbolos) e um conjunto de métodos (regras) para combinar estes elementos, usado e entendido por uma determinada comunidade". São exemplos as "linguagens naturais" (ou idiomas), "linguagens de programação" e os "protocolos de comunicação".
Assim, podemos dizer que "Linguagens formais" são mecanismos formais para representação e especificação de linguagens, baseados na chamada "Teoria da Computação". As representações podem ser feitas por reconhecedores e geradores. Os reconhecedores são dispositivos formais que servem para verificar se uma frase pertence ou não à determinada linguagem. São os autômatos: autômatos finitos, autômatos de pilha e Máquina de Turing. Os sistemas geradores são dispositivos formais que permitem a geração sistemática de todas as frases de uma linguagem. Os principais sistemas geradores disponíveis são as gramáticas, onde se destacam as gramáticas de Chomsky. Então, linguagens formais podem ser representadas de maneira finita e precisa através de sistemas com sustentação matemática.
Um alfabeto, no contexto das linguagens formais, pode ser qualquer conjunto, embora, muitas vezes, faz sentido usar um alfabeto no sentido usual da palavra, ou, mais geralmente, um conjunto de caracteres, como ASCII ou Unicode. Alfabetos também podem ser infinitos, por exemplo, a lógica de primeira ordem é frequentemente expressa utilizando um alfabeto que, além de símbolos tais como ∧, ¬∀ e, entre parênteses, contém muitos elementos infinitamente x 0, x 1, x 2, ..., que desempenham o papel de variáveis. Os elementos de um alfabeto são chamados de suas letras. Uma palavra sobre um alfabeto pode ser qualquer sequência finita, ou cadeia de caracteres ou letras, que por vezes podem incluir espaços, e são separados por caracteres de separação de palavras especificadas. O conjunto de todas as palavras sobre um alfabeto Σ é geralmente indicado por Σ *(usando o fecho de Kleene). O comprimento de uma palavra é o número de caracteres ou letras de que é composto. Para qualquer alfabeto só há uma palavra de comprimento 0, a palavra vazia, o que é muitas vezes denotado por e, ε ou λ. Por concatenação pode-se combinar duas palavras para formar uma nova palavra, cujo comprimento é igual à soma dos comprimentos das palavras originais. O resultado da concatenação de uma palavra com a palavra vazia é a palavra original. Em algumas aplicações, especialmente na lógica, o alfabeto é também conhecido como o vocabulário e as palavras são conhecidas como fórmulas ou sentenças, isso quebra a letra/palavra metáfora e a substitui por uma palavra/sentença metáfora.
Linguagem visual
A criação de uma imagem para comunicar uma ideia pressupõe o uso de uma linguagem visual. Acredita-se que, assim como as pessoas podem "verbalizar" o seu pensamento, elas podem "visualizar" o mesmo. Na análise da "linguagem visual", os elementos da linguagem são delineados através dos elementos de arte e princípios de design. Um diagrama, um mapa e uma pintura são exemplos de usos da linguagem visual. Suas unidades estruturais costumam incluir linha, forma, cor, movimento,textura, padrão, direção, orientação, escala, ângulo, espaço e proporção.
A teoria da arte e do design são usadas para construir composições visuais. Acredita-se que os elementos de uma imagem representam conceitos em um contexto espacial, ao invés da forma linear usado para palavras. Acredita-se também que a fala e a comunicação visual são meios paralelos e geralmente interdependentes pelos quais seres humanos trocam informações.
Elementos da linguagem visual
Cor
A cor é um elemento fundamental na linguagem visual: influencia o nosso comportamento, transmite mensagens e sensações. No nosso cotidiano, a cor está bastante presente e muitas vezes ligada a significados simbólicos. Podendo ser encontrada, por exemplo, num sinal informativo de jornais revistas etc., numa bandeira, num spot publicitário, etc.
As cores e tons exercem o seu poder nos ambientes que nos envolvem, na arquitetura, decoração, design, artes plásticas, vestimentas etc. Não interferem na ocupação de espaços, mas se expressam em sensações, como o abraço, sobriedade ou neutralidade, conforto, incluindo as térmicas, quentes ou frias. Ao longo das décadas do último século foi surpreendente observado o avanço do espaço das imagens sobre o espaço das palavras, um cenário no qual as imagens devoram sua própria cria, a escrita.3 .
Textura
Segundo Dondis (1991)4 ., a textura é o elemento visual que com frequência serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. Dondis afirma ainda que é possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços superpostos de um esboço. O autor relata também que onde há uma textura real, as qualidades táteis e óticas coexistem, não como tom e cor, que são unificados em um valor comparável e uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual, ainda que projetemos sobre ambos um forte signicado associativo. O aspecto da lixa e a sensação por ela provocada têm o mesmo significado intelectual, mas não o mesmo valor. São experiências singulares, que podem ou não sugerir-se mutuamente em determinadas circunstâncias. O julgamento do olho costuma ser confirmado pela mão através da objetividade do tato.
Forma
Em "Sintaxe da linguagem visual", Dondis (1997)4 relata que a linha descreve uma forma, na linguagem da artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Existem três forma básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero, cada um com suas características específicas, e a cada um é atribuído uma grande quantidade de significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas próprias percepções psicológicas e fisiológicas.
Segundo Gilbson (1951 apud Santaella, 2001), a forma pode se referir a superfície curva de uma fêmea humana ou aos contornos de um torniquete, a um poliedro ou ao estilo de um jogo de tênis de um homem. O autor considera modo, figura, estrutura, padrão, ordem, arranjo, configuração, plano, esboço, contorno como termos similares sem significado distintos. Essa termonologia indefinida é uma fonte de confusão e obscuridade para filósofos, artistas, críticos e escritores,5 . O autor faz delimitação onde há três significado gerais para termo forma:
1. A figura de um objeto em três e dimensões
2. A projeção de tal objeto em uma superfície chapada, seja através da luz do objeto, seja pelo ato humano de desenhar ou pela operação de construção geométrica de que são exemplos as imagens, pinturas, desenhos e esboços.
3. A forma geométrica abstrata composta de linhas imaginárias, planos ou de suas famílias.5
Podemos portanto, embora constituindo uma grande simplificação, definir “a forma como conservadora e o conteúdo como revolucionário”.6
Ponto
Sendo o elemento visual mais simples e necessário, o ponto é uma forma visual que também serve para definir outras formas bidimensionais ou tridimensionais que pode dar sensação de proximidade ou ilusão de cor ou tom. “Quando fazemos uma marca, seja com tinta, com uma substância dura ou com um bastão, pensamos nesse elemento visual com um ponto de referência ou um indicador de espaço”4 .
Bueno (2008), considera que quando observamos, no céu imenso, um ponto de luz, ele nos chama atenção, logo direcionamos fixamente nossos olhos, e surge sempre um questionamento. Num papel vazio, temos a sensação de estar sempre procurando algo, como se nossos olhos buscassem um lugar para se deterem. Um pequeno ponto já nos leva a soltar nossa imaginação e viajar. Isso sem dizer também que é com ele que tudo começa, ou seja, ao tocarmos o lápis no papel, antes de qualquer outro movimento, num simples contato, encontramos um ponto. Trabalhamos com ponto, podemos obter efeitos de luz e sombras, volume ou profundidade.7
Em artes gráficas, ponto é a medida na qual é fundido todo material tipográfico. Em geometria ele é representado pelo cruzamento de duas linhas. Para ser usado como elemento decorativo pode ser considerado em uma circunferência ou circulo de pequenas dimensões.
Se o olhar percorre uma página vazia, limitado, logo que se encontra um ponto, vista fixa sobre ele. Utilizado sozinho, o ponto nos da pouco efeito decorativo, mas repetido ou combinado com outras figuras, ele pode nos oferecer um interessante motivo de decoração. Muitos impressos são decorados somente por pontos simetricamente ou livremente dispostos. O ponto pode ser disposto em alinhamento horizontal, vertical, inclinado etc, assim como em proporções variadas.
Também pode ser combinado com linha reta, quebrada, curva ou figuras geométricas. O ponto em sucessão continua forma uma linha. Como foi dito, tudo começa com um ponto. Para que possamos observar o simbolismo de uma estrutura gráfica é necessário começar pelo elemento mais simples que compõe a matéria, o PONTO. O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Quando fazemos uma marca, seja com tinta, com uma substância rígida como um bastão, pensamos nesse elemento visual como um ponto de referência ou um indicador de espaço.
Qualquer ponto possui um grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer. Como Elemento Conceitual, um ponto indica posição. Não tem comprimento nem largura. Pode representar o início e o fim de uma linha e está onde duas linhas se cruzam. Ele é um “ser vivo”. A unidade mínima da presença. Estamos muito acostumados a usá-lo na escrita, como agora, mas ele tem outras posições, além desta.
O ponto é a representação da partícula geométrica mínima da matéria e do ponto de vista simbólico, é considerado como elemento de origem.
Como Elemento Visual, o ponto possui formato, cor, tamanho e textura. Suas características principais são: Tamanho - devendo ser comparativamente pequeno, e o Formato - devendo ser razoavelmente simples.
Linha
Linha vem do latim linẽa, é um termo com multiplas acepções .Pode-se dizer que uma linha nada mais é do que uma cadeia de pontos. Os pontos possuem grande poder de atração visual sobre o olho. Na natureza, as formas arredondadas são mais comuns, pois, em estado natural, a reta e o quadrado são verdadeiras raridades. 8
Bibliografia
· DARU, M. "Jacques Bertin and the graphic essence of data". In: Information Design Journal, Volume 10, Number 1, 2001, p. 20-25.
· · TUFTE, Edward. Jacques Bertin's Semiology of Graphics: new edition forthcoming? 2003.
· · GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annablume, 2000
· · DONDIS, Donis A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 51-83
· · SANTAELLA, L. A matrizes da linguagem e pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2001 p. 203
· · FISCHER, E. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1972. p.143.
· · BUENO, L. E. B. Linguagem das artes visuais. Curitiba: Ibpex, 2008 p.24-25
· FASCIONI, L. C. O Analfabetismo visual nas empresas de tecnologia. São Paulo: Brasil, 2001. p.5.
Audiovisual
Audiovisual é um termo genérico que pode se referir a formas de comunicação que combinam som e imagem, bem como a cada produto gerado por estas formas de comunicação, ou ainda à tecnologia empregada para o registro, tratamento e exibição de som e imagem sincronizados, ou ainda à linguagem utilizada para gerar significados combinando imagens e sons.
Origem
Mais recentemente, por influência da língua francesa, audiovisual passou a caracterizar o conjunto de todas as tecnologias, formas de comunicação e produtos constituídos de sons e imagens com impressão de movimento — abrangendo, portanto, o cinema ficcional ou documental, a televisão aberta ou fechada e todos os seus gêneros, o vídeo analógico ou digital, de alta ou baixa definição, a videoarte e o cinema experimental, a animação tradicional ou computadorizada e também formatos mais ou menos autônomos como o comercial de publicidade, o videoclipe, os programas de propaganda política, o videogame, o making of, as transmissões ao vivo em circuito fechado, os vídeos feitos para exibição na internet ou em telefones móveis, etc.
Uso do termo
Desde o final do século XX, à medida que a convergência tecnológica veio progressivamente aproximando campos distintos da produção e realização de imagens em movimento (especialmente o cinema e a televisão, mas também as chamadas "novas mídias"), o termo audiovisual vem sendo cada vez mais utilizado como um conceito que busca abranger todos estes campos. Este movimento pode ser mais claramente notado nas áreas acadêmica, de festivais e de gestão cultural.
Na academia
Nas universidades, boa parte dos cursos de formação em cinema transformaram-se, nos últimos anos, em cursos de audiovisual, como é o caso do Curso Superior do Audiovisual da USP em São Paulo (que era "de cinema e televisão" até 2000), do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos no Rio Grande do Sul (criado em 2003) e do Curso de Comunicação Social Audiovisual da UFES em Vitória (2010). No Rio de Janeiro, o tradicional Curso de Cinema da UFF optou pela denominação híbrida de Curso de Cinema e Audiovisual.
Nos festivais
A maioria dos festivais consagrados à exibição de obras audioviduais continua adotando as denominações "de cinema" ou "de vídeo", eventualmente combinando as duas possibiidades. Mas são cada vez mais comuns eventos como o Cine PE - Festival do Audiovisual de Recife (criado em 1997) ou o Festival Audiovisual Black & White no Porto (2004), inclusive para sinalizar a aceitação de obras realizadas em qualquer tecnologia. Eventos com a denominação "festival do audiovisual" já ocorrem periodicamente em Florianópolis (desde 1997), Atibaia (desde 2006), Patos (Paraíba) (desde 2007), etc.
Na gestão cultural
Em Portugal, o antigo Instituto Português do Cinema, criado em 1971, passou por várias denominações intermediárias até vir a chamar-se Instituto do Cinema e Audiovisual em 2007. No Brasil, o recente (2004) projeto de transformação da Agência Nacional de Cinema em Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual 4 esbarrou em uma série de oposições, especialmente das emissoras de televisão,5 e acabou não sendo apresentado ao Congresso.
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