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Psicologia e representações sociais 2

Publicado por: Marcos Alexandre de Souza Gomes, em: 21/02/2013 - 09:34:00

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Marcos Alexandre de Souza Gomes disse:
Psicologia Humanista O único limite à realização do futuro são as dúvidas do presente. Vamos avançar com fé e firmeza. Franklin Roosevelt Fundada em 1962 a American Association for Humanistic Psychology (AHP), Associação Americana de Psicologia Humanista, que se tornou a força impulsionadora do movimento. Filosoficamente a Psicologia Humanista está baseada no humanismo, no existencialismo (Martin Heidegger) e na fenomenologia (Edmund Husserl). É um ramo da Psicologia em geral e da psicoterapia em particular, também considerada como a terceira via, ao lado da psicanálise e da terapia comportamental. A Psicologia Humanista surgiu na década de 50 do século passado como uma reação ao determinismo dominante nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável. Essa força inerente a todo ser humano é muitas vezes, no entanto, impedida por fatores externos de se desenvolver plenamente. A Psicologia Humanista busca assim uma humanização da psique considerando o homem como um processo em construção, detentor de liberdade e poder de escolha. O primeiro teórico a desenvolver uma teoria humanista na psicologia foi Abraham Maslow, com sua pirâmide das necessidades. Suas ideias foram recebidas, mais tarde, por Carl Rogers na sua terapia centrada no cliente, assumindo assim um significado prático. O ser e a existência do todo passam a ser a questão central. A grande contribuição desta nova escola pode ser vista na ênfase da experiência consciente, na crença na integralidade entre natureza e a conduta do ser humano, no livre-arbítrio, espontaneidade e poder de criação do indivíduo, e no estudo de tudo que tenha relevância para a condição humana. Somente mediante a perspectiva da totalidade, que a consciência é entendida. Esta, por sua vez, deve ser submetida à temporalidade, impedindo-a de ficar estática e desmistificando a existência de uma realidade pura. Seu valor reside na relação que estabelece entre as realidades interna e externa. É o eu-mundo. O americano Abraham Maslow (1908-1970) foi considerado o pai espiritual do movimento humanista. Abandona o comportamentalismo, abraçado no início de sua carreira, por passar a acreditar na tendência inata que cada pessoa traz em si para se tornar auto-realizadora. Este seria o nível mais alto da existência humana, onde a realização do potencial de cada indivíduo seria conquistada.
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Marcos Alexandre de Souza Gomes disse:
A Psicologia, enquanto abordagem científica deste tema, evita o juízo de valor, ou seja, não faz a valorização da personalidade enquanto boa ou má. O processo de inferência (supor processos ou características psicológicas não observáveis, a partir de comportamento observável), quando ocorre, é rigoroso e fundamentado num método científico. E nenhuma teoria parte de um único comportamento observável para fazer um perfil ou diagnóstico da personalidade. De modo geral, personalidade refere-se ao modo relativamente constante e peculiar de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo. A definição acaba por incluir habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, o modo de comportar-se e, inclusive, os aspectos físicos da pessoa. A definição de personalidade engloba também o modo como todos esses aspectos se integram, se organizam, conferindo peculiaridade e singularidade ao indivíduo. Na psicologia da personalidade, a unidade de análise é o indivíduo total, e não o processo de percepção, de aprendizagem em si. O que interessa é o indivíduo que percebe que aprende e como esses processos relacionam-se entre si e com todos os outros. Nesse sentido, esta área de conhecimento da Psicologia é mais ampla que as demais. O estudo da personalidade deve ser compreendido no seu aspecto de psicologia geral, isto é, como meio de se estabelecerem leis gerais sobre o funcionamento da personalidade (o que existe em comum em todas as personalidades humanas), independente de fatores culturais, grupais ou circunstanciais. Exemplo, a postulação do id, ego e superego como sistemas constitutivos da estrutura da personalidade com caráter universal, de toda a raça humana. O estudo da personalidade deve ser compreendido, também, no seu aspecto de psicologia diferencial, ou seja, como busca do que existe de único e próprio em cada personalidade, a compreensão do caso individual. O estudo da personalidade, portanto, permite aí a descoberta da individualidade. Caráter, temperamento e traço No estudo da personalidade, alguns termos são empregados freqüentemente com diversos significados, inclusive no senso comum. Alguns deles: caráter, temperamento e traço de personalidade. Caráter - é um termo que os teóricos preferem não empregar, devido à diversidade de usos existentes, inclusive no senso comum, para designar os aspectos morais dos indivíduos. Eventualmente, podemos encontrá-lo na referência a reações afetivas ou para designar aquilo que diferencia um indivíduo de outro, a marca pessoal de alguém. Temperamento - é outro termo usado em vários sentidos. Deve ser entendido como uma alusão aos aspectos da hereditariedade e da constituição fisiológica que interferem no ritmo individual, no grau de vitalidade ou emotividade dos indivíduos. Neste sentido, afirma-se que os indivíduos têm uma quantidade de energia vital, maior ou menor, que dará a tonalidade de seus comportamentos. Exemplo: existe a pessoa mais calma e a mais agitada. Traço de personalidade - refere-se a uma característica duradoura da personalidade do indivíduo. Exemplo: ser reservado, ser bem-humorado, ser extrovertido... Os traços são inferidos a partir do comportamento. Alguns podem ser mais centrais e outros mais periféricos. Os centrais seriam aqueles em torno dos quais o conjunto das demais características ou traços organizam-se. Jung desenvolveu também este aspecto em sua teoria da personalidade, chegando a criar tipos psicológicos: o introvertido e o extrovertido. Os traços podem ser comuns a um grupo social (por exemplo, a persistência), ou podem variar neste mesmo grupo social (por exemplo, a expressão da agressividade). As teorias que desenvolvem essa tipologia de personalidade sofrem algumas críticas no sentido de que são artificiais, porque é impossível encontrar-se um tipo puro, ou seja, os indivíduos normalmente localizam-se em algum ponto desta escala de opostos, por exemplo, quanto a ser passivo ou ativo. A teoria da personalidade de Erich Fromm Natural da Alemanha, Fromm (1900-1980) concluiu os estudos em Psicologia, Sociologia e Filosofia em seu país, tendo se radicado nos Estados Unidos a partir de 1933. Sua formação teórica foi em Psicanálise e é considerado um culturalista, porque defendia que os aspectos culturais, sociais e políticos são determinantes das possibilidades de realização humana e, portanto, da estruturação da personalidade. Este estudioso postula a existência de cinco necessidades específicas que se originam das condições da existência humana: A necessidade de relacionamento - o homem sente-se isolado porque se separou da Natureza e dos outros homens. Ele, ao contrário dos animais, perdeu suas ligações de interdependência com a Natureza e, portanto, como homem isolado, não está instrumentado para enfrentar todas as condições da Natureza. Nesse sentido, necessita de relações humanas que assegurem o cuidado mútuo, a compreensão. A necessidade de transcendência - refere-se à necessidade humana de superar sua natureza animal, de poder realizar sua capacidade de raciocinar, imaginar, criar. O bloqueio dessa necessidade leva o homem a ser destruidor. Nesse sentido, o amor e o ódio são respostas à necessidade que o homem tem de superar sua natureza animal. A necessidade de segurança - diz respeito ao seu desejo de ser parte integrante do mundo e ter certeza quanto ao pertencimento a algum grupo. Esta necessidade é plenamente satisfeita, na criança pequena, pela relação gratificante da mãe. A satisfação e a felicidade estão relacionadas à solidariedade e fraternidade que sente dos outros. A necessidade de identidade - o homem deseja ter sua própria marca sua individualidade, ser original e diferente como indivíduo. A possibilidade de realizar seu potencial criador leva-o a desenvolver sua própria identidade no mundo. Quando é impedido disto, acaba por reproduzir o comportamento de outra pessoa ou grupo. A necessidade de orientação - o homem necessita de um quadro de referências para pautar sua conduta, para ter um modo consistente e estável de perceber e compreender o mundo e a si próprio. Essas necessidades, constitutivas do homem, são puramente humanas; não foram criadas pela sociedade, mas são características da própria natureza humana. Porém as manifestações específicas dessas necessidades e o modo como o homem às realizam são determinadas pelas condições sociais objetivas em que ele vive. A personalidade de cada um desenvolve-se de acordo com as oportunidades e condições que a sociedade oferece. Se a sociedade faz exigências contrárias à própria natureza humana (por exemplo: não lhe fornecendo as condições de se desenvolver enquanto espírito criador ou quanto a sua necessidade de segurança), frustra e determina a alienação de sua condição humana. A intensidade e constância dessas condições adversas de vida podem levar o homem à conduta anti-social, à loucura ou a outros processos de autodestruição. Neste sentido, Fromm afirma que a sociedade está doente, se não consegue satisfazer as necessidades básicas do homem. Por outro lado, quando o homem se adapta às exigências interiores, podemos falar em ajustamento do indivíduo. Ajustamento, desta forma, não significa submissão pura e simples às exigências sociais, mas o exercício dos poderes pessoais que visam o desenvolvimento do indivíduo. Portanto, ajustamento não significa conformidade. Além destes aspectos, um dos temas principais abordados por Fromm é o da solidão humana. A separação do homem de outros homens e da Natureza tem-se intensificado ao longo dos anos. E o modo de superar isto tem sido o de ligar-se aos outros, através do amor e cooperação ou submetendo-se e conformando ao outro. O modo predominante de os homens de uma determinada época e cultura satisfazerem essa necessidade de relação está intimamente ligado ao sistema social, econômico e político da sociedade. E, neste sentido, Fromm coloca que os sistemas sociais atuais, capitalistas ou socialistas, não se caracterizam por promover a realização da existência humana em sua plenitude.