Na última quarta-feira (19), agricultores familiares dos vilarejos e comunidades do município de Araioses, no Maranhão, se reuniram para debater os problemas e ameaças sofridas com os projetos desenvolvimentistas na região. A data marca o Dia Municipal de Luta pela Reforma Agrária, instituído em 2015 em homenagem à luta das e, em especial, em memória de Zé Nedina e outras lideranças assassinadas.
Zé Nedina foi assassinado em 2014 e até hoje o crime permanece sem solução. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Maranhão é o estado com o maior número de conflitos por terra. Foram registrados em 2016, quase 200 conflitos em 75 cidades, com 13 mortes e mais de 31 mil famílias afetadas.
O evento pelo dia 19 de julho foi promovido pela Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos, Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Santa Rosa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araioses e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Município de Araioses.
De acordo com o agricultor Luiz Adejane, da comunidade Baixão das Porteiras, uma das ameaças atualmente é a tentativa de implantação de energia eólica na região. Ele conta os impactos que podem surgir.
Já Roseane Diaz, da Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos e uma das promotoras do evento, fala sobre a importância do Dia Municipal de Luta pela Reforma Agrária e de reflexão sobre a violência sofrida na região.
O vereador Júlio César é o autor da Projeto de Lei 374, que instituiu a data. Segundo ele, o objetivo é chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a necessidade da reforma agrária. (pulsar)