Violência contra a juventude negra: o que o jornalismo tem a ver com isso? Esse é o tema de um debate que acontece nesta terça-feira (5), no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é discutir os resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que em 2016 investigou as mortes violentas de jovens negras e negros no Brasil.
Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas da Violência 2017, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os negros possuem chances 23,5 por cento maiores de serem assassinados do que brasileiros de outras raças.
Os convidados para a mesa de debate são o economista Mário Theodoro, atualmente consultor legislativo no Senado Federal, onde acompanha e publica trabalhos sobre a questão racial e o mercado de trabalho, e a jornalista Gabriele Roza, da Agência Pública, editora do Jornal Nuvem Negra e integrante do grupo de pesquisa Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Na mediação, estará a jornalista da Cojira-Rio (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial), Angélica Basthi.
De acordo com a mediadora, o objetivo é provocar a reflexão da imprensa brasileira a respeito do genocídio da juventude negra e seu papel de reforçar a criminalização e o preconceito contra essa juventude.
Para Angelica Basthi, a imprensa tem papel fundamental de cobrar do poder público medidas que sejam efetivas para solucionar os problemas, e não legitimar a criminalização da juventude negra.
O debate está marcado para as cinco horas da tarde no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. (pulsar)