Quarenta e três estudantes, três anos de desaparecimento. Na última terça-feira (26), estudantes mexicanos da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz no Iguaçu, no Paraná, organizaram o evento Jornada de Memória: Os 43. Ayotzinapa é Sul. O caso de Ayotzinapa foi considerado uma das violações dos direitos humanos mais graves do México.
Durante o dia foram lembrados os nomes e rostos dos estudantes, as circunstâncias do desaparecimento e as últimas descobertas sobre o caso. Houve também a projeção dos documentários “Narcocultura” e “Mirar morir”, além da leitura de fragmentos do livro “43 : a vida por trás de cada nome”, lançado pela primeira vez no Brasil.
De acordo com Enrique Padilla, escritor e tradutor mexicano aluno da Unila, a publicação é um projeto da Universidad Veracruzana e conta a história de cada um dos 43 desaparecidos. O objetivo do livro é se somar à pressão e à luta pelo esclarecimento do caso.
Padilla afirma que o caso de Ayotzinapa é um retrato de tudo que está errado no México e que mesmo três anos depois é uma bandeira que continua sendo importante. Para ele, o episódio foi um ponto importante para fortalecer a organização da sociedade civil no país, que tenta desvendar o caso, enquanto o governo não o faz.
O México é considerado um dos mais países mais violentos do mundo, com alto nível de crime organizado. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 9 mil 916 mortes por homicídio, que continuam sem investigação. (pulsar)