Entre dias 28 de abril e primeiro de maio, os povos da Amazônia estiveram reunidos em Tarapoto, no Peru, para o Oitavo Fórum Social Panamazônico (FOSPA). Entre as atividades do evento esteve a Nave Rádio, onde indígenas, quilombolas e ribeirinhos puderam contar suas histórias, riquezas e lutas. Para saber como foi a participação da AMARC Brasil (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) e dos integrantes do projeto Mídia dos Povos, que trabalha a comunicação com os povos da Amazônia, a Pulsar Brasil conversou com Elis Lucien e João Ataíde.
Elis Lucien faz parte da Rede Mocoronga de Comunicação Popular, no projeto Saúde e Alegria, que tem uma rede de comunicadores ribeirinhos no estado do Pará. Ela conta que com o Mídia dos Povos percebeu a importância da comunicação para que os problemas vividos nos territórios sejam disseminados. Pra Elis Lucien, o intercâmbio vivido em Tarapoto foi enriquecedor. Outro ponto destacado pela comunicadora foi a participação das mulheres na Nave Rádio, um universo normalmente dominado pelos homens.
Já João Ataíde levou a experiência do povo negro da Amazônia. Ele é do Quilombo Curiaú, no Amapá; licenciado em História e pós-graduado em História Indígena e Africana, além de atuar como assessor parlamentar. Para o historiador, foi muito impactante perceber que os povos amazônicos dos outros países desconheciam a existência da população negra na Amazônia brasileira.
Os participantes do projeto Mídia dos Povos ocuparam a Nave Rádio com o programa “Vozes da Amazônia”, que abordou a luta por direitos e as diferentes culturas que precisam ser preservadas. (pulsar)