O conservadorismo do Congresso brasileiro tem realizado um verdadeiro ataque aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Tramitam hoje na Câmara Projetos de Lei (PLs) e Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que eliminam até mesmo a possibilidade de interrupção da gravidez em casos de estupro e risco de vida para a gestante.
A onda de fundamentalismo religioso é uma das principais preocupações do movimento feminista hoje no Brasil. O pensamento punitivo que culpabiliza a mulher no caso de aborto tem ganhado cada vez mais espaço na Câmara dos Deputados. Na tentativa de remar contra a corrente e trazer para a sociedade um debate amplo sobre o tema, os coletivos que integram a Frente Nacional Pela Legalização do Aborto irão realizar no próximo dia 27 de setembro a Virada Feminista Online.
O evento reunirá ativistas, pesquisadoras, organizações não-governamentais, coletivos e pessoas públicas que desenvolvem trabalhos associados à temática feminista. Déborah Guarana está na organização do encontro e integra a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) e o Instituto Feminista para a Democracia – SOS Corpo. Ela explicou à Pulsar Brasil que durante às 24 horas de falas da Virada Feminista Online serão tratados temas das áreas de saúde, mídia, história, além de formação na área de direitos sexuais e reprodutivos.
Em paralelo com a Virada ocorre também o Alerta Feminista. De acordo com Guarana, o Alerta foi lançado no último mês de agosto e reúne mais de 90 coletivos feministas que estão realizando um levantamento sobre os PLs e as PECs que atacam diretamente os direitos das mulheres, incluindo os já conquistados, como o aborto em caso de anencefalia.
A segunda edição da Virada Feminista Online pretende incentivar a mobilização das mulheres nas ruas durante o 28 de setembro, dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina e Caribe. O evento será transmitido pelo Facebook do Instituto Feminista para a Democracia – SOS Corpo e também pela Frente Nacional Pela Legalização do Aborto. (pulsar)