Na próxima quarta-feira (3), data que marca o Dia Internacional do Não Uso dos Agrotóxicos, a população brasileira sai às ruas em diversas cidades para denunciar o agronegócio e os danos causados pelo modelo agrícola predominante no país. Além disso, os manifestantes vão exigir mais estímulo à agroecologia, uma alternativa à produção de alimentos saudáveis e com capacidade de garantir a segurança alimentar da população por meio da agricultura familiar e camponesa.
A data escolhida para a manifestação, organizada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, marca os 30 anos da tragédia de Bhopal, na Índia. Na ocasião, mais de 16 mil pessoas morreram e 560 mil foram intoxicadas após a explosão da fábrica de agrotóxicos da Caribe Union, atual Dow Chemical.
Desde 2008, o Brasil se consagrou como o maior consumidor mundial de agrotóxicos, ultrapassando os Estados Unidos. Em média, cada brasileiro consome mais de cinco litros desses insumos todos os anos. Apesar de diversos estudos científicos comprovarem a associação dos agrotóxicos ao aumento de casos de câncer, abortos, más-formações congênitas, alterações neurológicas e somáticas, o governo brasileiro continua a estimular o setor com a isenção fiscal.
Em 2013, o mercado de agrotóxicos rendeu mais de 11 bilhões de dólares. O lucro se concentra em seis grandes empresas transnacionais: Monsanto, Basf, Syngenta, Dupont, Bayer e a Dow, que até hoje não reconhece sua responsabilidade sobre o caso ocorrido na Índia.
São esperadas manifestações em cidades como Brasília, Aracaju, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife, Belém, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Goiânia e Porto Alegre. (pulsar/brasil de fato)