Psicologia e representações sociais
Índice
Psicologia
O que é
Psicologia como ciência
O que é ciência
O senso comum
A Ciência
O objeto de estudo
Breve histórico
Antiguidade
Idade Média
A Psicologia no Renascimento
A Psicologia Científica
O funcionalismo
O estruturalismo
O associacionismo
O behaviorismo
Gestalt
Semelhança
Proximidade
Boa continuidade
Pregnância
Clausura
Experiência fechada
A Psicanálise
A primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico
A segunda teoria do aparelho psíquico
Os mecanismos de defesa contra a realidade
Recalque
Formação reativa
Regressão
Projeção
Racionalização
As principais teorias da Psicologia no século XX
Quadro comparativo entre os cinco movimentos da Psicologia
A Psicologia Social Tradicional
Percepção Social
Comunicação
Atitudes
Mudança de Atitudes
Processo de Socialização
Grupos Sociais
Críticas à Psicologia Social Tradicional
A nova Psicologia Social
Atividade
Consciência
Identidade
Concluindo
A Psicologia do Desenvolvimento
Os fatores que influenciam o desenvolvimento humano
Hereditariedade
Crescimento orgânico
Maturação neurofisiológica
Meio
Aspectos do desenvolvimento humano
Aspecto físico-motor
Aspecto intelectual
Aspecto afetivo-emocional
Aspecto social
A teoria do desenvolvimento humano de Piaget
1º período: sensório-motor
2º período: pré-operatório
3º período: operações concretas
4º período: operações formais
O enfoque interacionista do desenvolvimento humano por Vigotski
Aspecto cultural
Aspecto instrumental
Aspecto histórico
A diferença básica entre Piaget e Vigotski
A Psicologia da Personalidade
Caráter, temperamento e traço
Caráter
Temperamento
Traço de personalidade
A teoria da personalidade de Erich Fromm
A necessidade de relacionamento
A necessidade de transcendência
A necessidade de segurança
A necessidade de orientação
Psicologia Humanista
Psicologia Transpessoal: noções gerais
Alguns conceitos práticos
Trabalhando os relacionamentos com amor
Promovendo a compreensão nos relacionamentos
Removendo obstáculos
Deixando o medo de lado
O entendimento pode curar
Amor e compaixão
Mudando suas ações
Segunda parte
Breve histórico dos processos grupais
Organizações e tipificações
O grupo social
O processo grupal
Alguns processos grupais
Coesão
Cooperação
Formação de normas
Liderança
Status
Papel social
Conclusão
Representação Social, uma genealogia do conceito
Introdução
Um breve passeio pela história
Psicologia Social, um campo abrangente
A teoria das representações sociais
As representações e a ordem social
Considerações finais
O saber popular e sua influência na construção das representações sociais
O papel da mídia na difusão das representações sociais
Comunicação de massa e representações sociais
A mídia como difusora de novas representações sociais
Introdução
Esse material é fruto de um trabalho de uma década ministrando a disciplina de Psicologia para o curso de Comunicação Social das Faculdades Integradas Helio Alonso (FACHA) na cidade do Rio de Janeiro, onde estou desde 1986. A primeira parte se compõe de um resumo das diversas correntes e escolas da ciência que tem o ser humano como o seu principal objeto de estudo. Iniciamos definindo etimologicamente a psyche, apresentamos um breve histórico da evolução da Psicologia e de suas diversas aplicações na trajetória da humanidade, com destaque para a Psicologia Transpessoal.
A segunda metade do trabalho é composta por artigos publicados na Revista Comum, editada pela Organização Helio Alonso de Educação e Cultura (OHAEC). Apresentamos um breve histórico dos processos grupais, a genealogia do conceito da Representação Social (teoria do psicólogo francês Serge Moscovici que abrange o campo da Nova Psicologia Social), assim como o saber popular e sua difusão através da mídia e das representações sociais.
O principal objetivo desse trabalho é servir aos alunos de Comunicação Social e a todos os interessados na iniciação dos conteúdos da Psicologia. Tenham todos uma boa leitura.
Primeira parte
Psicologia
Não há prazer tão agradável quanto o de renovar-se.
Públio Siro
O que é
A Psicologia, derivada de palavras gregas que significam “estudo da mente ou da alma”, é hoje em dia definida como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Os assuntos investigados pelos psicólogos incluem o desenvolvimento, as bases fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, as influências sociais e o comportamento social. A Psicologia é freqüentemente aplicada na indústria, na educação, na engenharia, na Comunicação Social e em muitas outras áreas do saber humano.
Os psicólogos estudam tantos assuntos biológicos como sociais. Enquanto os sociólogos dirigem a atenção para os grupos, os processos grupais e as forças sociais, os psicólogos sociais concentram-se nas influências grupais e sociais sobre os indivíduos.
Psicologia como ciência
Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia do senso comum em nosso dia a dia. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio comportamento e o dos outros. Tentamos predizer quem fará o que e quando. E muitas vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida (o melhor método para criar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas, dominar a raiva...), isso é o que os cientistas chamam de senso comum, ou seja, conhecimento popular.
O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um corpo de conhecimentos inexato por diversas razões. O senso comum não proporciona diretrizes sadias para a avaliação de questões complexas. O conhecimento do senso comum se apropria dos saberes produzidos por outros setores da produção humana, misturando e reciclando tudo em um tipo de teoria simplificada de visão-de-mundo.
O que é ciência
Compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso através de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade. Assim podemos apontar o objeto dos diversos ramos da ciência e saber exatamente como determinado conteúdo foi construído, possibilitando a reprodução da experiência. O saber pode assim ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
Essa característica da produção científica possibilita sua continuidade: um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Nega-se, reafirma-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança. Nesse sentido a ciência caracteriza-se como um processo que aspira a objetividade e sua conclusão deve ser passível de verificação isenta de emoção, para que possam se tornar válidas para toda a sociedade.
* Psicologia do senso comum - usada no dia a dia pelas pessoas em geral.
Senso comum
* Senso comum ou saber popular, conhecimento da realidade, uma visão de mundo. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros, seria muito complicada a nossa vida no dia a dia.
* O senso comum integra, de um modo precário, o conhecimento humano.
A Ciência
* Afasta-se da realidade (e do senso comum), transformando-a em objeto de investigação. O saber pode assim ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
* Um novo conhecimento é produzido a partir de algo anteriormente desenvolvido.
* A ciência possui uma característica fundamental: aspira à coletividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-se válidas para todos.
O objeto de estudo
* Num sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o homem, um objeto determinado pelas condições históricas e sociais que o cercam.
* Tudo o que a Psicologia criar, pensar ou disser, será sobre a vida dos seres humanos. O objetivo são os fenômenos psicológicos, processos que acontecem em nosso mundo interno e que são construídos durante a nossa vida. São processos contínuos, que nos permitem pensar e sentir o mundo, nos comportarmos das mais diferentes formas, nos adaptarmos à realidade e transformá-la. Esses processos constituem a nossa subjetividade - o mundo construído internamente pelo sujeito.
A subjetividade é a síntese singular de cada ser humano. É o somatório de nossas experiências de vida social e cultural; é o mundo de idéias, significados e emoções construído internamente pelo indivíduo; é a maneira de amar, pensar, sentir e fantasiar de cada um.
Os meios de comunicação de massa exercem uma enorme influência sobre a subjetividade (mundo interno) dos indivíduos e a cada dia que passa a Psicologia ganha importância junto a eles. A presença do psicólogo na mídia passou a ser requisitada com maior freqüência. Na publicidade entram como consultores, assim como entrevistados na imprensa, para comentarem os fatos que ocorrem no cotidiano das comunidades. Isso possibilitou as pessoas conhecerem um pouco mais a respeito dessa ciência.
Breve histórico
Antiguidade
Por trás de qualquer produção material ou espiritual, existe a história. No caso da Psicologia, a história tem por volta de dois milênios. Esse tempo refere-se à Psicologia no Ocidente, que começa com os gregos, no período anterior à era cristã. É o momento áureo do pensamento humano (700 AC). Os gregos foram o povo mais evoluído nessa época. O saber gerou riquezas, crescimento, soluções e organização social. Tais avanços permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a filosofia e a arte.
É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. O próprio termo vem do grego psyché, que significa alma, e logos, razão. Etimologicamente, “estudo da alma”. Os pré-socráticos se preocuparam em definir a relação do homem com o mundo através da percepção. Discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se o homem vê um mundo que já existe. Suas correntes principais eram:
* idealistas - a idéia forma o mundo
* materialistas - a matéria que forma o mundo.
* Sócrates (469-399 AC) - a razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade. Para ele, a essência humana estava na razão. As teorias da consciência são frutos dessa primeira sistematização.
* Platão (427-347 AC) - definiu um lugar para a razão: a cabeça. Para ele, a alma estaria fora do corpo e seria ligada a cabeça (razão) pela medula. Quando alguém morria, a matéria (corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
* Aristóteles (384-322 AC) - alma e corpo não podem ser separados. A psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo no mundo tem uma alma. Estudou as diferenças entre razão, percepção e sensações. Sistematizou o estudo desses fenômenos no Da anima, o primeiro tratado em Psicologia, por isso ficou conhecido como o Pai da Psicologia.
As correntes gregas mais importantes foram:
* platônica - postulavam a imortalidade da alma e a concebiam separada do corpo.
*aristotélica - afirmavam a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.
Idade média
Durante este período histórico a Psicologia está relacionada ao conhecimento religioso, pois a Igreja Católica monopolizava o saber. Dois grandes filósofos representam esse momento da humanidade:
* Santo Agostinho (354-430) - inspirado em Platão, só que para o religioso a alma não era somente sede da razão, mas a prova da manifestação divina no homem. A alma era imortal, porque ligava o homem a Deus. Nela estava a sede do pensamento. Para ele “ter fé e assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser”.
* São Tomás de Aquino (1225-1274) - viveu num período que prenunciava a ruptura da Igreja Católica (surgimento do protestantismo). Época de transição para as revoluções Francesa e Industrial (Inglaterra). Procurou encontrar novas justificativas para a relação entre Deus e o homem. Buscou em Aristóteles ampliar a distinção entre essência e existência. Como o filósofo grego, considera que o homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência. Porém, introduz o ponto de vista religioso: somente Deus seria capaz de reunir os dois conceitos. Sendo assim, a busca da perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
A Psicologia no Renascimento
Pouco mais de 200 anos após a despedida de São Tomás de Aquino do Planeta Terra, surge a Era dos Descobrimentos. O mercantilismo leva a sociedade para a acumulação de riquezas, nova organização econômica e social, ao processo de valorização do homem, avanço da ciência. Tempo de Copérnico, Galileu, René Descartes (1596-1659), filósofo que postulava a separação entre mente (alma e espírito) e corpo. Para ele o homem possui uma substância material e outra pensante. O corpo desprovido do espírito (morte) é apenas uma máquina. Esse dualismo mente-corpo torna possível o estudo da anatomia em cadáveres, o que era proibido antes, pois o corpo era considerado sagrado pela Igreja. O avanço da anatomia e da fisiologia contribui para o progresso da Psicologia.
A Psicologia científica
O crescimento do capitalismo (nova ordem econômica) no séc. XIX ajuda o processo de industrializaçãoe conseqüentemente a ciência, a qual deveria dar respostas e soluções práticas no campo da técnica. Os problemas e temas da Psicologia, até então estudados exclusivamente pelos filósofos, passam a ser, também, investigados pela fisiologia e pela neurofisiologia, em particular.
Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento do cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da neuroanatomia. Por volta de1846, aNeurologia descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais.
A neuroanatomia descobre que a atividade motora nem sempre está ligada à consciência, por não estar necessariamente na dependência dos centros cerebrais superiores. Esse fenômeno foi classificado como reflexo, ou seja, o estímulo que chega à medula espinhal, antes de chegar aos centros cerebrais superiores, tem lá mesmo uma ordem para a resposta. Ex: mão na chapa quente, o indivíduo tira logo que encosta.
Por volta de 1860, surge a formulação de uma importante lei no campo da psicofísica (Fechner-Weber), que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração. Para os estudiosos, a diferença que sentimos ao aumentarmos a intensidade de iluminação de uma lâmpada de 100 para 110 watts será a mesma sentida quando aumentamos a intensidade de iluminação de 1000 para 1100 watts, ou seja, a percepção aumenta em progressão aritmética, enquanto o estímulo varia em progressão geométrica.
Outra importante contribuição nesses primórdios da psicologia científica é a de Wundt (1832-1926), que cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área da psicofisiologia. Wilhelm Wundt é considerado, por este fato e por sua extensa produção teórica como o pai da psicologia moderna ou científica. Ele desenvolve a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos. Por exemplo: uma estimulação física, como uma picada de agulha na pele de uma pessoa, teria uma correspondência na mente dela. Para explorar a mente ou consciência do indivíduo Wundt cria um método que denomina introspeccionismo, onde o experimentador (pesquisador) pergunta ao sujeito, especialmente treinado para isto, os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial (a picada da agulha).
O status de ciência é obtido na medida em que a Psicologia se liberta da Filosofia, atraindo novos estudiosos e pesquisadores, que sob os novos padrões de produção de conhecimentos, passam:
* definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a consciência).
* delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas do conhecimento, como a Filosofia e a fisiologia.
* formular métodos de estudo deste objeto.
* formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.
O berço da psicologia moderna foi a Alemanha do final do século XIX, mas é nos EUA que ela encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço econômico que colocou os EUA na vanguarda do sistema capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou Escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente.
O funcionalismo
Considerado como a primeira sistematização genuinamente norte-americana de conhecimentoem Psicologia. Umasociedade que exigia o pragmatismo para seu desenvolvimento econômico acaba por exigir dos cientistas o mesmo espírito. Desse modo, para a Escola Funcionalista de William James (1842-1910), importa responder “o que fazem os homens” e “por quê o fazem”. Para isto, James elege a consciência como o centro de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio.
O estruturalismo
Corrente que está preocupada com a compreensão do mesmo fenômeno que o funcionalismo: a consciência. Mas diferentemente de James, Edward Titchner (1867-1927), irá estudá-la em seus aspectos estruturais, ou seja, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central. Esta Escola foi inaugurada por Wundt, mais foi Titchner, discípulo do mestre alemão, quem usou o termo estruturalismo pela primeira vez, no sentido de diferenciá-la do funcionalismo. O método de observação de Titchner, assim como o de Wundt, é o introspeccionismo, onde os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
O associacionismo
O principal representante dessa corrente é Edward L. Thorndike (1874-1949), e sua importância está em ter sido o formulador da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. Sua produção pautava-se por uma visão de utilidade deste conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas.
O termo associacionismo tem origem na concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das idéias, das mais simples às mais complexas. Assim, para aprender uma coisa complexa, a pessoa precisaria aprender primeiro as idéias mais simples, que a ela estariam associadas.
Thorndike formulou a lei do efeito, que seria de grande utilidade para a Psicologia comportamentalista. De acordo com essa lei, todo o comportamento de um organismo vivo tende a se repetir, se nós o recompensarmos (efeito) assim que ele o emitir. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após a sua ocorrência. Por essa lei o organismo irá associar essas situações com outras semelhantes. Exemplo: criança apertando botão do rádio. Tocou uma música, para ela todos os outros botões também irão tocar música.
O behaviorismo
Vem do inglês behavior e significa comportamento. No Brasil também é conhecido como comportamentalismo, teoria comportamental ou análise experimental do comportamento. É a corrente que estuda o comportamento na relação que este mantém com o meio onde ocorre. Mas, como comportamento e meio são termos por demais amplos para serem úteis em uma análise descritiva, os psicólogos desta Escola chegaram aos conceitos de estímulo (stimulus) e resposta (responsio), que integram a Teoria S-R, unidades básicas da descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser estudado como produto do processo de aprendizagem pelo qual passa desde a infância, isto é, como produto das associações estabelecidas durante sua vida entre estímulos (do meio) e respostas (manifestações comportamentais).
A principal área de aplicação dos conceitos apresentados nesta Escola tem sido à educação. São conhecidos os métodos de ensino programado e o controle e organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino. Entretanto outras áreas também têm recebido a contribuição das técnicas e conceitos desenvolvidos pelo behaviorismo, como a área de treinamentos em empresas, a clínica psicológica, o trabalho educativo em crianças excepcionais, a publicidade, entre outras.
A análise experimental do comportamento pode auxiliar-nos a descrever nossos comportamentos em qualquer situação, ajudando-nos a modificá-los. No dia a dia também aprendemos a nos comportar em diferentes situações sociais, devido a nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e normas sociais.
As escolas européias de Psicologia que alcançaram maior destaque são:
A gestalt
É uma corrente teórica coesa e coerente. Seus articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica da Escola.
Gestalt é uma expressão de origem alemã de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração, que não deve ser utilizado, por não corresponder exatamente ao seu real significado em Psicologia.
Os primeiros gestaltistas (por volta de 1870) iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. É o caso do cinema, onde fotogramas estáticos, ao serem projetados na tela, nos dão a ilusão de movimento, causada pela pós-imagem retiniana (a imagem demora um pouco para se apagar em nossa retina). Como as imagens vão-se sobrepondo em nossa retina, temos a sensação de movimento. Mas o que de fato é projetado na tela são fotografias estáticas.
Com seu desenvolvimento teórico a Gestalt ampliou seu leque de atuação e transformou-se em uma sólida linha teórica que deu origem a fenomenologia. Esta corrente traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes e sim as partes por meio do conjunto. Este tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos, Só assim o cérebro percebe, interpreta e assimila uma imagem ou idéia. Essa corrente alemã de psicologia chegou a elaborar algumas leis que regem a faculdade de conhecer os objetos. Vejamos:
Semelhança
Objetos semelhantes tendem a permanecer juntos, seja nas cores, nas texturas ou nas impressões de massa. Esta característica pode ser usada como fator de harmonia ou desarmonia visual.
Proximidade
Partes mais próximas umas das outras, em certo local, inclinam-se a ser vistas como um grupo.
Boa continuidade
Alinhamento harmônico das formas.
Pregnância
Este é o postulado da simplicidade natural da percepção, para melhor assimilação da imagem. É a lei mais importante dessa corrente.
Clausura
A boa forma encerra-se sobre si mesma, compondo uma figura que tem limites bem marcado.
Experiência fechada
Esta lei está relacionada ao atomismo, pensamento anterior a Gestalt. Se conhecermos anteriormente determinada forma, com certeza a compreendemos melhor, por meio de associações do aqui e agora com uma vivência anterior.
O ponto de partida e também um dos temas centrais dos estudos gestaltistas é o comportamento, só que eles estudam o comportamento nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Para justificar essa postura, eles (os históricos) se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo, isto é, quando vemos uma parte de um objeto, ocorrerá uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca do fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura ou objeto.
A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para compreender o comportamento humano. Para esta corrente da Psicologia, a maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento.
A Psicologia da Gestalt, diferente do Associacionismo, vê a aprendizagem como a relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel preponderante na compreensão do objeto percebido. Exemplo: uma criança de 3 anos, que ainda não sabe ler, distinguir a logomarca de um refrigerante (Coca-Cola) e nomeá-lo corretamente. Ela separou a palavra na sua totalidade, distinguindo a figura e o fundo. A figura ilustra a noção de boa-forma, ou seja, o elemento que objetivamos compreender deve ser apresentado em aspectos básicos que permitam a sua decodificação, isto é, a percepção da boa-forma. A tendência de nossa percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver à forma (boa-forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. A publicidade utiliza muito bem este conceito.
A psicanálise
As pessoas que mais precisam de ajuda, mais temem ser ajudadas.
Frei Prudente Neri
Sigmund Freud (1856-1939), médico vienense que alterou, radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica, ousando colocar os processos misteriosos do psiquismo humano (suas regiões obscuras, fantasias, sonhos, esquecimentos...) como problemas científicos. A investigação sistemática desses problemas levou Freud à criação da psicanálise. O termo é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e uma prática profissional. Enquanto teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Enquanto método de investigação caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto através de ações e palavras ou através das produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres. A prática profissional refere-se à forma de tratamento psicológico (a análise), que visa à cura ou o autoconhecimento.
Freud formou-se em Medicina pela Universidade de Viena (1881) e especializou-se em Psiquiatria. Trabalhouem um laboratório de Fisiologia e deu aulas de Neuropatologia no instituto em que trabalhava. Por dificuldades financeiras não pode dedicar-se integralmente a vida acadêmica. Foi clinicar, atendendo pessoas com problemas nervosos. Obteve uma bolsa de estudo para Paris, onde trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava as histerias com hipnose. Em 1886 retornou a Viena e continuou a clinicar e teve como parceiro o médico e cientista Josef Breuer, que lhe apresentou a paciente Ana O, que apresentava um conjunto de sintomas que a fazia sofrer: paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldades de pensamento. Esse quadro clínico teve origem na épocaem que Ana O cuidava do pai enfermo e desenvolvia o desejo de que seu velho morresse. Essas idéias e sentimentos foram reprimidos e substituídos pelos sintomas.
Em seu estado normal Ana O não conseguia identificar a causa do seu problema, mas sobre o efeito da hipnose relatava a origem de cada um deles, todos relacionados com a doença do pai. Com a rememoração dessas cenas e vivências, os sintomas desapareceram. Aos poucos Freud foi deixando a técnica da hipnose de lado (conhecida como método catártico de Breuer) e passou a desenvolver o método de concentração, no qual a rememoração sistemática era feita por meio de uma conversa normal. Mais adiante abandonou as perguntas, por sugestão de uma jovem paciente anônima, e se concentrou na fala desordenada do paciente, dando ênfase a associação livre e a atenção flutuante. Aproximava-se da sua grande descoberta: o inconsciente.
Os conceitos e as postulações do psicanalista vienense são fundamentais para nós entendermos as suas teorias. Inicialmente Freud entendia que todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato ocorrido. Depois verificou que poderiam ter sido imaginadas, mas com a mesma força e conseqüências de uma situação real. Nomeou a descoberta como realidade psíquica. O funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de vista: o econômico: existe uma quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos; o tópico: o aparelho psíquico é constituído de um número de sistemas que são diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considerá-lo como lugar psíquico; e o dinâmico: no interior do psiquismo existem forças que entram em conflito e estão permanentemente ativas. A origem dessas forças ficou conhecida como pulsão. Os três pontos funcionam simultaneamente.
A pulsão refere-se a um estado de tensão que busca, através de um objeto, a supressão desse estado; é um conceito alternativo para o instinto. Eros é pulsão de vida e abrange as pulsões sexuais e as de autoconservação. Tanatos é a pulsão da morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão agressiva ou destrutiva.
Sintoma, na teoria freudiana, é a produção (um comportamento ou pensamento) resultante de um conflito psíquico entre o desejo e os mecanismos de defesa. O sintoma ao mesmo tempo em que sinaliza, busca encobrir um conflito, substituir a satisfação do desejo. Ele é ou pode ser o ponto de partida da investigação psicanalítica na tentativa de descobrir os processos psíquicos encobertos que determinam sua formação. Os sintomas de Ana O eram a paralisia e os distúrbios do pensamento: hoje, o sintoma da colega da sala de aula é recusar-se a comer.
A primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico
Em 1900, na obra A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas:
O inconsciente: exprime o conjunto dos conteúdos não presentes na consciência. É formado por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e terem sido reprimidos, isto é, foram para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento. Por exemplo: não existem as noções do passado e presente.
O pré-consciente: refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência, neste momento, mas que no momento seguinte pode estar.
O consciente: é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção e, principalmente, a percepção do mundo exterior.
Em suas investigações na prática clínica sobre as causas e o funcionamento das neuroses o psicanalista descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos estavam ligados aos conflitos de ordem sexual, localizados na infância dos pacientes, através de experiências traumáticas vivenciadas ou fantasiadas. É a descoberta da sexualidade infantil e suas fases: oral (a zona de erotização é a boca), anal (o ânus), a fálica (o órgão sexual). Em seguida vem um período de latência, que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais, ou seja, há um intervalo na evolução da sexualidade. Na puberdade é atingida a última fase: a genital, quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas em algo externo ao indivíduo, o outro.
Desses eventos destaca-se o complexo de Édipo, pois é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. Ocorre durante a fase fálica, entre 3 e 5 anos. Nesse complexo a mãe é o objeto do desejo do filho e o pai é o rival que impede o acesso ao objeto desejado. Ele procura então ser o pai para ter a mãe, internalizando as regras e normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. É a noção do limite. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Posteriormente, temendo perder o amor do pai, desiste da mãe, trocando-a pela riqueza do mundo social e cultural. O mesmo processo se dá com as meninas, sendo invertidas as figuras do desejo, recebendo o nome de Édipo feminino.
Segunda teoria do aparelho psíquico
Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade.
O id: constitui o reservatório de energia psíquica, é onde se localizam as pulsões: vida e morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente, na primeira teoria, são agora atribuídas ao id, que é regido pelo princípio do prazer.
O ego: é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. Procura dar conta dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação, considerando as condições objetivas da realidade. Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituída evitando-se o desprazer. As funções básicas do ego são: percepção, memória, sentimentos e pensamento.
O superego: origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais, são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais.
O ego e, posteriormente, o superego são diferenciações do id, o que demonstra uma interdependência entre esses três sistemas, retirando a idéia de sistemas separados. O id refere-se ao inconsciente, mas o ego e o superego têm, também, aspectos ou partes inconscientes.
É importante considerar que estes sistemas não existem enquanto uma estrutura em si, mas são sempre habitados pelo conjunto de experiências pessoais e particulares de cada um, que se constitui como sujeito em sua relação com o outro e em determinadas circunstâncias sociais. Se fosse necessário concentrar numa palavra a descoberta freudiana, esta palavra seria inconsciente.
Os mecanismos de defesa contra a realidade
A percepção da realidade, no mundo interno ou externo, pode ser constrangedora, dolorosa, desorganizadora. Para evitar este desprazer o indivíduo a deforma ou reprime, ou seja, deixa de registrar, afasta determinados conteúdos psíquicos ou interfere no pensamento.
São diversos os recursos que a pessoa pode usar para realizar esta deformação, conhecidos como mecanismos de defesa. São processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. A saber:
Recalque
A pessoa não vê, não ouve o que ocorre. É a supressão de uma parte da realidade. Sem perceber o indivíduo deforma o sentido do todo. Exemplo: é quando a pessoa entende uma proibição como permissão por não ter ouvido o não. O recalque é o mais radical mecanismo de defesa.
Formação reativa
O ego procura afastar o desejo que vai a determinada direção, fazendo com que a pessoa adote uma posição oposta a este desejo. Exemplo: as atitudes exageradas (superproteção ou ternura excessiva) que encobrem o seu oposto, um tremendo desejo agressivo. É o caso da mãe que superprotege o filho, do qual tem muita raiva porque atribui a ele muitas de suas dificuldades pessoais. Esta situação é aterradora para as mães.
Regressão
A pessoa retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento. É uma passagem para modos de expressão mais primitivos. Exemplo: o indivíduo que enfrenta situações difíceis com muita ponderação e ao ver uma barata grita desesperadamente e sobe em uma cadeira. Com certeza não é só a barata que ela vê.
Projeção
É a confluência de distorções do mundo interno e externo. A pessoa localiza algo de si no mundo externo e não se dá conta que aquilo foi projetado como algo que considera indesejável. Exemplo: o estudante que critica os colegas por serem muito competitivos e não percebe que também o é, sendo muitas vezes até mais do que os outros.
Racionalização
A pessoa constrói uma argumentação convincente e aceitável, que justifica os estados deformados da consciência, ou seja, uma defesa que justificam as outras. Na racionalização o ego coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto o material fornecido pelo saber, inclusive o científico. Exemplo: argumentação e justificativas ideológicas para os impulsos destrutivos que surgem em uma guerra ou na defesa de preconceitos ou da pena de morte.
A característica essencial do trabalho psicanalítico é o de decifrar o inconsciente e promover a integração de seus conteúdos na consciência. São estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam a conduta dos seres humanos e dos grupos. Exemplo: as dificuldades para viver, o mal-estar, o sofrimento.
“Quando me impus à tarefa de trazer à luz o que os seres humanos guardam dentro de si, não pelo poder compulsivo da hipnose, mas observando o que eles dizem e mostram, pensei que a tarefa era mais difícil do que realmente é. Aquele que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir pode convencer-se de que nenhum mortal pode guardar um segredo. Se seus lábios estão silenciosos, ele fala com as pontas dos dedos; ele se trai por todos os poros. Assim, a tarefa de tornar conscientes os mais escondidos recessos da mente é perfeitamente realizável.” (Freud)
As principais teorias da Psicologia no século XX
Behaviorismo: nasce com Watson e tem um grande desenvolvimento nos Estados Unidos, em função das suas aplicações práticas. Tornou-se importante por ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento.
Gestalt:tem seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos, realizada pelas tendências da psicologia científica do século XIX, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Gesltat é tendência teórica mais ligada a Filosofia.
Psicanálise:nasce com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recupera para a Psicologia a importância da afetividade e postula o inconsciente como objeto de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciência e da razão.
Quadro comparativo entre os cinco movimentos da Psicologia
O Estruturalismo.
Objeto: os processos elementares da consciência (especialmente as experiências sensoriais), suas combinações e relações com as estruturas do sistema nervoso.
Principal objetivo: o conhecimento.
Métodos de pesquisa: a introspecção analítica.
População estudada: observadores treinados (os próprios psicólogos).
O Funcionalismo.
Objeto: o funcionamento dos processos mentais, sobretudo à medida que ajudam as pessoas a sobreviver e adaptar-se ao mundo.
Principais objetivos: o conhecimento, a aplicação.
Métodos de pesquisa: introspecção informal, métodos objetivos.
População estudada: principalmente os seres humanos adultos; ocasionalmente, crianças e animais menos complexos.
O Behaviorismo.
Objeto: estímulos e respostas observáveis; ênfase na aprendizagem.
Principais objetivos: o conhecimento, a aplicação.
Métodos de pesquisa: os métodos objetivos.
População estudada: pessoas e outros animais.
A Gestalt.
Objetivo: a experiência humana global; ênfase na percepção, no pensamento e na resolução de problemas.
Principal objetivo: o conhecimento.
Métodos de pesquisa: introspecção informal, métodos objetivos.
População estudada: pessoas (ocasionalmente outros primatas, como chimpanzés).
A Psicanálise.
Objeto: a personalidade normal e a anormal (ênfase nas leis, nos determinantes da primeira infância e nos aspectos inconscientes); o tratamento do comportamento anormal.
Principais objetivos: serviços, conhecimentos.
Os métodos de pesquisa:
para os pacientes: a introspecção informal para revelar experiências conscientes.
Para os terapeutas: a análise lógica e a observação para descobrir material inconsciente.
População estudada: pacientes (sobretudo adultos).