Há 25 anos acontecia aquele que é considerado o acidente com material radioativo mais grave do país, quando ocorreu vazamento da substância césio 137. No dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia (GO), dois catadores de lixo encontraram um aparelho de radioterapia abandonado nas antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia.
Os homens, sem conhecer o equipamento e o risco de contaminação, desmontaram a máquina, e, posteriormente, a venderam para um ferro-velho. Nesse local, o proprietário, também sem saber do perigo de acidente radiológico, removeu para reaproveitamento uma cápsula de chumbo, que continha 19,26 gramas de cloreto de césio.
Durante quatro dias o material radioativo foi exposto a toda vizinhança. O cloreto de césio, caracterizado por um pó branco, chamou a atenção pela emissão de luz de coloração azulada. Mais de 112 mil pessoas foram expostas ao material radioativo. A contaminação só foi descoberta depois de 16 dias, quando a máquina foi levada à Vigilância Sanitária.
Na época, quarenta e nove vítimas da radiação foram levadas para a cidade do Rio de Janeiro para tratamento. A esposa do dono do ferro-velho e sua sobrinha foram as primeiras vítimas fatais. A menina ingeriu pequenas quantidades do material ao brincar com o pó azul. Dos 21 pacientes que necessitaram de tratamento intensivo, quatro morreram.
De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.