Nesta sexta-feira (4), o movimento feminista da cidade de Fortaleza, no Ceará, realizará o ato ‘ Não merecemos ser estupradas’. A manifestação é um repúdio as ameaças virtuais sofridas por mulheres que participaram da campanha ‘Eu não mereço ser estuprada’ pelas redes sociais.
De acordo com Ana Eufrázio, uma das organizadoras do protesto de Fortaleza, a ideia do movimento surgiu da iniciativa da jornalista Nana Queiroz de lançar a campanha ‘Não mereço ser estuprada’, contra a cultura do estupro que foi revelada pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa, 63 dos homens entrevistados acham que mulheres que se vestem com roupas sensuais, merecem ser atacadas.
Apesar dos questionamentos de especialistas a respeito da metodologia utilizada para o estudo do Ipea, a pesquisa serviu para despertar a consciência para a presença do machismo em diversos setores da sociedade brasileira. Na página da campanha ‘Eu não mereço ser estuprada’, uma série de comentários ofensivos mostram o quanto o caminho para a igualdade de gênero ainda é árduo.
Segundo Ana, uma das principais motivações para o ato ‘Não merecemos ser estupradas’, em Fortaleza, foram as ameaças que surgiram na rede social através da campanha. A ativista relata que algumas mulheres que postaram fotos de topeless segurando um cartaz com os dizeres: eu não mereço ser estuprada, tiveram suas fotos editadas com a frase ‘eu mereço ser estuprada’ e suas imagens foram publicadas em sites pornôs.
O ato que ocorrerá hoje na Praça Ferreira, em Fortaleza, às cinco e meia da tarde, terá a presença de grupos de percussão e performances. A intenção é fazer uma manifestação simbólica que alerte a população sobre a necessidade de respeitar a mulher independente da sua roupa, cor ou credo. Para saber mais, acesse a página do evento no facebook ‘Não merecemos ser estupradas’. (pulsar)