Na última semana, a Justiça do Trabalho condenou o banco espanhol Santander em 400 mil reais por assédio moral contra seus funcionários. A decisão se refere a uma ação civil pública, proposta em 2012 pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Na época, o órgão recebeu denúncia anônima de um funcionário que declarou ser vítima de violência psicológica por cobrança abusiva de metas. O caso envolvia ameaças, além de situações humilhantes e vexatórias.
Durante as investigações, o MPT colheu depoimentos de antigos funcionários do Santander, que comprovaram a prática ilegal dentro da instituição. Entre os relatos está a pressão praticada por gerentes do banco, com uso de palavrões e ameaças de demissão. Era frequente o uso de expressões como “cabeças vão rolar” e “peças serão trocadas”.
De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a maioria dos afastamentos bancários que ocorrem hoje por conta de saúde são por problemas psíquicos, que vão desde uma pequena depressão até uma tentativa e confirmação de suicídio.
Além de pagar indenização, o Santander deverá oferecer formação sobre abuso de poder a seus gerentes e supervisores. Também será criado um canal para receber denúncias anônimas de trabalhadores. (pulsar/brasil de fato)