A agricultura é o setor onde ocorre a maior parte do trabalho infantil a nível mundial, sendo que pecuária representa 40 da economia agrícola. Essas são constatações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
O estudo “Trabalho infantil no sector da pecuária: pastoreio e outros tipos”, lançado nesta segunda-feira (25) pelo órgão, afirma que o trabalho infantil no setor pecuário tem recebido menos atenção do que o trabalho infantil em outras áreas da agricultura.
O Brasil é citado pelo envolvimento de crianças no abate de animais ao lado do Equador. E é também mencionado por casos de trabalho de crianças na fabricação de produtos do gado, junto da Bolívia e do Paraguai.
O estudo da FAO defende que governos, organizações de agricultores e famílias rurais estejam envolvidos nos esforços para conter a prática. E aponta que, muitas vezes, a prática reflete as necessidades de sobrevivência no campo.
A diretora adjunta da Divisão do Gênero, Equidade e Trabalho Rural da FAO, Eva Crowley, relacionou a situação à educação no campo. Disse que em “muitas zonas rurais não existem escolas ou elas são de baixa qualidade”. Estas, por exemplo, “não têm uma perspetiva que não valorize a agricultura”.
De acordo com informações do site da FAO, “durante séculos, as comunidades pastoris têm envolvido seus filhos no cuidado do gado da família”, uma forma de transferir conhecimentos. Dessa maneira, a entidade recomenda que se trabalhe para sensibilizar sobre tarefas apropriadas às idades das crianças e aceitáveis a elas, em oposição às que violam os direitos humanos. (pulsar)
(Áudio: Rádio ONU)