Torcedores de futebol e parlamentares exigem a destituição José Maria Marin do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele é acusado de ser cúmplice na tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura militar (1964-1985). Marin, que também é presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, é acusado de corrupção.
A "Frente Nacional dos Torcedores" lançou na sexta-feira (4) à noite, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, a campanha "Fora, Marin". O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) disse considerar "uma vergonha que o esporte nacional brasileiro seja representado por um colaborador da ditadura". Chico Alencar, deputado federal do Partido (Psol- RJ), acusou Marin de falta de transparência e comércio desonesto nas Associações de Futebol.
Uma das figuras que encabeçam a campanha é o ex-jogador de futebol e atual deputado Federal Romário. Pela rede social Facebook, o ex-campeão mundial sugeriu que Marin seguisse o exemplo do presidente de honra da Fifa João Havelange, que na semana passada renunciou ao cargo por acusações de corrupção. O Comitê de Ética da Fifa publicou um relatório mostrando que João Havelange e o antecessor de Marin na CBF, Ricardo Teixeira, teriam colocado milhões de reais na cueca.
Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975, coletou com o apoio de grupos de direitos humanos, 55 mil assinaturas para derrubar Marin. As acusações contra o ex-político se baseiam em gravações em que Marin fez declarações hostis aos profissionais de imprensa da TV Cultura, dias antes da prisão e posterior assassinato no DOI-Codi do jornalista Vladimir Herzog, que era diretor da TV na época.
A Comissão da Verdade, que investigar os crimes da ditadura, já anunciou a convocação de Marin para interrogatório. A presidenta Dilma Rousseff já indicou várias vezes que não vai cooperar com o chefe da Confederação de Futebol. (pulsar)