No último dia 06 de dezembro aconteceu no Sesc Santa Luzia, Rio de Janeiro - Centro do Rio de Janeiro, uma roda de conversa com Olívia Bandeira, coordenadora de pesquisa do Instituto Overmundo. Em pauta, uma apresentação de cases envolvendo o projeto "Open Business Models (Modelos de Negócios Abertos América Latina)", uma pesquisa realizada pelo instituto que visa identificar e difundir modelos inovadores de produção e distribuição nos quais o livre acesso às obras produzidas, o uso de tecnologias digitais, a sustentabilidade econômica e a descentralização das oportunidades de inserção no mercado convivem e reforçam-se de maneira equilibrada.
Em sua apresentação, Olivia Bandeira expôs casos e modelos interessantes como o Circuito Fora do Eixo, uma rede de produtores culturais independentes que através de trocas de informações, serviços e experiências, viabilizam um amplo circuito econômico de produção e distribuição da cultura. A rede reúne hoje mais de 50 coletivos espalhados por todo o país. Bandeira citou também o Tecnobrega, um estilo musical que se estabeleceu como segmento de mercado sem o apoio de grandes gravadoras, estações de rádio ou emissoras de televisão. O movimento é considerado um fenômeno cultural de Belém do Pará, em que produtores, DJs e músicos criaram uma cadeia produtiva apoiada nas aparelhagens/equipes de sons e camelôs que vendem discos piratas pelas ruas da cidade.
A partir desses e outros cases apresentados, a roda de conversa suscitou um interessante debate com a discussão sobre os chamados negócios abertos e suas possibilidades no Brasil, discutindo os aspectos da informalidade e formalidade dos modelos e ações coletivas em questão, tendo como referência experiências identificadas em ações baseadas no chamado capitalismo cognitivo ou capitalismo imaterial, em que a criação e subjetividade do homem ganha valorização, com o enfraquecimento econômico das grandes corporações, situação essa surgida e apoiada com o advento das novas tecnologias de comunicação e informação.
Compareceram ao encontro: o fotógrafo Davy Alexandrisky, gestor do Campus Avançado e coordenador do Ponto de Cultura ME VÊ NA TV e Pontão TV dos Pontos; Monique Franco, professora do Programa de Pós-graduação em Processos Formativos e Desigualdades Sociais da UERJ; da performer e sound designer Mary Fê; Rose Franco da ComCat – Comunidades Catalisadoras entre outros participantes representantes de projetos e iniciativas individuais.