Nos últimos dias, dois crimes de homofobia levantam mais uma vez a questão da violência contra a população LGBT. Na quarta-feira (10), o estudante João Antônio Donati, de 18 anos, foi encontrado morto,
a boca cheia de papel e sacola plástica na cidade de Inhumas, em Goiás. Já na madrugada de quinta-feira (11), um incêndio criminoso atingiu um Centro de Tradições Gaúchas (CTG), no Rio Grande do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, uma das linhas de investigação da morte do estudante João Donati é a homofobia. Dentro da boa de João foi encontrado um bilhete com os dizeres “Vamos acabar com essa praga”.
No local atingido pelo incêndio no Rio Grande do Sul ocorreria um casamento coletivo no próximo sábado, entre eles o de um casal homoafetivo. A união de duas mulheres gerou ameaças sobre o incêndio e reações contrárias da população da cidade de Santana do Livramento.
Após os acontecimentos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência divulgou uma nota de indignação. Segundo dados do Disque Direitos Humanos, o Disque 100, somente em 2013, 3 mil 398 denúncias de violações contra a população LGBT foram registradas no serviço.
Para a Secretaria, mais de 25 anos depois de criminalizar o racismo e quase 10 anos depois de criminalizar a violência doméstica, é hora de o Brasil criminalizar a homofobia. Cada vez mais este tipo de crime afeta os direitos humanos e as garantias individuais. Assim como o racismo e a violência doméstica, a homofobia também mata. (pulsar)