O suicídio de índios no Brasil chega a ser seis vezes maior do que a taxa nacional e preocupa especialistas. Dados do Mapa da Violência, do Ministério da Saúde, mostram que, enquanto o índice geral no Brasil é de 5,3 suicídios por 100 mil habitantes, a incidência sobe para acima de 30 em alguns municípios com população indígena.
O tema foi assunto de palestra no Fórum Brasileiro sobre Suicídio e, no início do próximo ano, será encaminhada uma minuta pedindo ações de prevenção para a Comissão de Seguridade e Família do Congresso Nacional.
Dados do Mapa da Violência mostram que, na região Norte, os suicídios passaram de 390 em 2002 para 693 em 2012: aumento de 77,7 por cento. Amazonas, Roraima, Acre e Tocantins quase que duplicam o índice.
De acordo com o estudo, alguns dos municípios que aparecem no topo da lista de mortalidade suicida são locais de assentamento de comunidades indígenas, principalmente no Amazonas e no Mato Grosso do Sul.
Dados oficiais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) registram 73 casos de suicídio de indígenas só em Mato Grosso do Sul, em 2013 – o maior índice em 28 anos. Dos 73 indígenas mortos, 72 eram do povo Guarani-Kaiowá.
De acordo com o antropólogo Spensy Pimentel, que estuda a cultura dos índios Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul, a tragédia referente ao suicídio indígena no Brasil não é recente. Segundo ele, isso já acontece há mais de 30 anos e só está vindo mais à tona por causa da maior transparência dos órgãos. (pulsar/combate racismo ambiental)