Na entrada do principal quartel da Polícia Militar de Vitória, no bairro de Maruípe, quem decidia quem entrava e saía do local na manhã desta terça-feira (7) era um grupo de cerca de 30 mulheres, familiares de policiais militares.
Acampadas no local desde sábado (4) e armadas com panelas, buzinas e cadeiras de praia, elas controlam os portões do quartel, em meio a reações ora de apoio, ora de censura por parte da população.
Sem se identificar –”somos todas Maria hoje”–, elas contam que decidiram começar o movimento por WhatsApp. Uma avisou a outra, e logo um grupo foi para a porta do quartel, espalhando o movimento Espírito Santo adentro.
A mulheres afirmam que estão se manifestando em defesa do aumento salarial dos policiais. Segundo elas, há sete anos que os PMs não têm aumento.
Durante o tempo que a reportagem do UOL passou no local, os poucos carros que deixaram o quartel pediram permissão às manifestantes para passar.
As manifestantes minimizam os dados do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES) que apontam que mais de 60 pessoas foram assassinadas desde sábado (4), quando iniciaram o movimento. Elas afirmam que o estado sempre foi violento.
As mulheres só pretendem deixar as portas dos quartéis quando forem recebidas pelo governador, Paulo Hartung. Em nota, a Secretaria de Segurança informou que só dialogará com os familiares de policiais quando os agentes voltarem ao trabalho nas ruas. (pulsar/uol)