O Brasil lidera, pelo quarto ano consecutivo, a lista de países que mais tiveram ativistas ambientais e agrários assassinados. É o que revela o balanço da ONG internacional Global Witness, que divulgou balanço na última segunda-feira (20).
Segundo a organização, das 29 mortes de líderes e militantes de causas ambientais ou agrárias registradas no país no ano passado, 26 delas estavam ligadas a conflitos de terra. Quatro das vítimas eram indígenas. O Brasil está à frente de países como Colômbia, Filipinas e Honduras. De acordo com a organização, ao todo, 477 “ativistas ambientais ou agrários” foram assassinados no país desde 2002.
A Global Witness ainda adverte que esses números podem estar subestimados, já que muitos ativistas vivem em comunidades pobres e remotas, com acesso limitado aos meios de comunicação e à mídia.
Já a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora a violência no campo há 30 anos, identificou que em 2014 foram 36 mortes, um crescimento de seis por cento em relação a 2013. De acordo com a CPT, o estado mais violento foi o Pará, com 50% por cento dos assassinatos.
A Global Witness afirma ainda em seu relatório que muitos mandantes de assassinatos de ativistas “escapam” de investigações, “mas as informações disponíveis sugerem que grandes latifundiários, empresários, políticos e agentes do crime organizado frequentemente estão por trás desse tipo de violência”. (pulsar/revista fórum)