Em 15 anos, o Brasil pode perder um terço de suas línguas indígenas, segundo o diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho. Devem ser extintas entre 45 e 60 idiomas, dentro de um universo de 150 a 200 línguas.
De acordo com o diretor, em um número expressivo de povos indígenas, incluindo a Amazônia, há cinco ou seis falantes apenas, o que aumenta o risco de extinção. Outra situação é a de que, em alguns idiomas, existem falantes acima de 40 anos, mas há um conjunto de jovens do mesmo grupo que não falam mais a língua e não têm interesse em mantê-la.
Para Levinho o quadro é dramático, pois as línguas indígenas são um patrimônio que pertence não apenas à comunidade brasileira, como também ao mundo, além de serem um instrumento de autoafirmação da identidade e da cultura.
O portal Ethnologue.com, que funciona como um banco de dados das línguas faladas hoje no mundo, lista cerca de 170 línguas indígenas com falantes vivos no Brasil. Entre esses idiomas, 37 são considerados quase extintos, ou seja, os falantes são idosos e têm pouquíssima oportunidade de usar o idioma.
Existem ainda 23 línguas consideradas moribundas, ou seja, são faladas apenas pela faixa etária mais velha da população, mas ainda são usadas no cotidiano por essas pessoas. Excluindo-se essas 60 línguas, sobram cerca de 110 que ainda são usadas pelas parcelas mais jovens da população. Mesmo assim, é preciso considerar que muitas têm poucos falantes. (pulsar)
Informações da Agência Brasil