No último sábado (23), milhares de pessoas se manifestaram em todo o mundo contra a empresa norte-americana de biotecnologia, Monsanto, e principalmente contra os Organismos Geneticamente Modificados (OGM), pesticidas e outros produtos químicos. A Monsanto possui cerca de 90 por cento do mercado de sementes transgênicas e agrotóxicos do planeta.
O apelo para a manifestação global foi lançado em mais de 400 cidades e quarenta países. Em São Paulo, além da marcha em protesto contra a empresa, foi realizada também uma aula pública de conscientização sobre os danos à saúde e ao meio ambiente causados pelo consumo e plantio de sementes transgênicas.
De acordo com Natália Almeida, que integra a campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida, o agronegócio brasileiro é, desde 2008, o campeão mundial em consumo de agrotóxicos e as empresas produtoras de veneno contam com isenções fiscais, que estimulam a produção e a aplicação nas grandes lavouras do país.
No final de abril, a Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei, em tramitação desde 2008, que livra as empresas do setor alimentício da obrigatoriedade de informação nos rótulos de produtos que contêm menos de um por cento de transgênicos em sua composição. Se o projeto for aprovado também no Senado, alimentos como milho, soja, arroz e fubá, que antes tinham na embalagem o símbolo da transgenia, deixarão de ser identificados e chegarão ao consumidor sem que ele saiba que tipo de produto está comprando.
Para Renata Amaral, pesquisadora na área de consumo sustentável do Instituto de Defesa do Consumidor, a proposta fere o direito à informação e o direito de escolha do consumidor. (pulsar)
*Com informações da RBA.