Na última sexta-feira (12), Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um informe sobre a situação da discriminação racial no país. De acordo com a ONU,o racismo no Brasil é “estrutural e institucionalizado” e “permeia todas as áreas da vida”. Os peritos da entidade concluíram o relatório afirmando que o “mito da democracia racial” ainda está presente na sociedade brasileira e que boa parte dela ainda “nega a existência de racismo”.
Os técnicos da organização estiveram no país entre os dias 4 e 14 de dezembro de 2013 e constataram que os negros são os que mais são assassinados, os que têm menor nível de instrução, os menores salários, o menor acesso à saúde, os que morrem mais cedo e o que menos participam no Produto Interno Bruto (PIB).
A ONU recomenda que se desconstrua a ideologia do branqueamento que continua a afetar a mentalidade de uma parcela significativa da sociedade. Porém, segundo o órgão, falta dinheiro para que o sistema educativo reforce aulas de história da população afro-brasileira, um dos mecanismos mais eficientes para combater o “mito da democracia racial”.
Outra preocupação é relativa à violência policial, frequentemente empregada contra jovens negros. O relatório afirma que o uso da força e da violência para o controle do crime passou a ser aceito pela sociedade como um todo porque é perpetuada contra um setor da população cujas vidas não são consideradas tão valiosas. (pulsar/brasil de fato)
Haroldo Nélio Peres Campelo Filho disse:
HERINGER (2010) fala que o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravização de descendentes de africanos. Não tivemos uma segregação clara, como da África do sul, mas os negros foram relegados à margem da sociedade, após o fim do trabalho escravo. Ao invés de valorizar e remunerar o trabalho dos afrodescendente o que houve foi a busca de mão de obra imigrante de italianos e outros países europeus. A política de "branqueamento" esperava que, aos poucos com a miscigenação, a cor negra daria lugar totalmente à branca. Este panorama com o passar do tempo foi desencadeando na situação atual em que os dados mostram o número extremo de negros analfabetos ou encarcerados. As políticas que buscam a igualdade educacional no fim irão resultar em menos encarceramentos e mais oportunidades aos afrobrasileiros. Outro grande desafio se refere à permanência destes estudantes que tiveram uma educação precária e tem situação finaceira difícil. Segundo LOPES IN: MUNANGA "Construir uma nação livre, soberana e solidária, onde o exercício da cidadania não se constitua privilégio de uns poucos, mas direito de todos, deve ser a grande meta a ser persiguida por todos segmentos sociais."
Haroldo Nélio Peres Campelo Filho disse:
“Não há preconceito racial à luz do conhecimento e do estudo objetivo.” É que fala Véra Neusa Lopes. Para ela o Brasil é constituído por uma sociedade multirracial e pluri-étnica que faz de conta que não existe racismo.
A escola é o lugar fundamental para que surjam as mudanças sócias. O aluno deve se sentir pertencente a essas mudanças e capaz de promover modificações. Segundo LOPES “É preciso insistir sempre que a sociedade brasileira é preconceituosa e discriminadora em relação a sua população”, principalmentenegros e índios que são os mais discriminados, ao longo de nossa história.
As pessoas não herdam geneticamente o racismo, mas o adquiri na família, no trabalho, na escola... A escola, portanto, tem esse papel de admitir o racismo e encarar a hora de mudar. A educação deve despertar o potencial de liderança em alunos, mas também em professores, valorizando as pessoas e combatendo os conceitos prévios, os pré-conceitos.