Estatísticas do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) mostram que em 82 por cento dos casos de trabalho análogo à escravidãoencontrados em 20 anos de combate ao crime, os trabalhadores eram terceirizados. De acordo com o auditor Luis Alexandre Faria, do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, os casos mais frequentes estão no setor de confecções e da construção civil.
O dado foi apresentado na última terça-feira (25), quando foram discutidas aregulamentação da terceirização e as estratégias sindicais para as melhorias das condições de trabalho durante o Terceiro Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde.
Desde 1995, quando foram criados os grupos móveis de fiscalização, mais de 49 mil pessoas foram resgatadas de fazendas de gado, soja, algodão, frutas, cana, carvoarias, canteiros de obras, oficinas de costura, entre outros. Nesse período, o trabalho escravo contemporâneo deixou de ser visto como algo restrito a regiões de fronteira agropecuária, como a Amazônia, o cerrado e o Pantanal e passou a ser fiscalizado também nos grandes centros urbanos.
O combate à terceirização e ao projeto de lei, que tramita no Senado para regulamentação da prática, esteve no centro do debate. A secretária de Relações de Trabalho da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Graça Costa, reafirmou o caráter nefasto do projeto, cujos malefícios incluem a rotatividade e mais acidentes. (pulsar/rba)