Mais de 20 organizações de ciclistas e da sociedade civil encaminharam uma resposta ao Ministério Público Estadual, que entrou na quarta feira dia 18/03/15 com pedido de liminar para paralisar as obras de ciclovias em São Paulo. A ação contraria as diretrizes do Plano Diretor Estratégico e da Política Nacional de Mobilidade Urbana. É uma forma que setores conservadores encontraram de não só inibir o uso de bicicletas em São Paulo, como também a implantação de políticas públicas na cidade.
É notório a necessidade de melhorar a política cicloviária paulistana e transformá-la em uma política de Estado. Sim, há erros pontuais no planejamento, todos os reconhecem, mas nada justifica a extinção do programa. Todas as decisões até agora têm sido amparadas por legislações federais, estaduais e municipais e com um amplo debate entre autoridades, ciclistas e a população como um todo. O que se está em jogo são políticas públicas para transformar São Paulo numa cidade mais ciclável, humana, segura, inclusiva e justa.
O Tribunal de Justiça de São Paulo justifica sua medida com a “preocupação com à segurança do ciclista”, mas somente a construção de ciclovias e ciclorrotas poderão dar mais segurança, não só ao ciclista mas à todo o trânsito da metrópole. Um planejamento urbano que inclua ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas beneficiaria a cidade como um todo, em matéria de segurança e qualidade de vida. São Paulo deveria entender isso.
Em apenas 7 meses, São Paulo passou de 63 km para mais de 200 km de infraestrutura cicloviária. A meta para 2015 é chegar a 463 km de ciclovias, ciclorrotas ou ciclofaixas. Todo este planejamento, o chamado Plano Diretor Estratégico, cuja revisão se iniciou em 2013 e foi sancionado em julho de 2014, teve a participação direta de ciclistas e de cidadãos interessados na matéria e seguiram as diretrizes do Plano Nacional de Mobilidade Urbana.
São Paulo tem, nos últimos anos, avançado muito em Mobilidade Urbana. Principalmente na mentalidade de procurar alternativas mais sustentáveis ao transporte urbano. Ok, falta muito pra se chegar a uma mentalidade da Suiça ou da Holanda, mas o caminho já começou. E este caminho não pode ser agora interrompido por ações unilaterais, retrógradas baseadas em argumentos fracos e questionáveis.
Caso você se interesse pelo tema, deixo AQUI o link do excelente Ciclocidade para obter mais informações.
Veja AQUI também a excelente matéria sobre o colóquio entre a promotora de justiça e os ciclistas (reparem na qualidade dos argumentos dos cidadãos ao defenderem uma cidade mais humana).
Se você se importa com o assunto e quer fazer parte da construção de uma cidade mais sustentável, assine AQUI a petição “Manifesto a favor da implantação de ciclovias em São Paulo”.