Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirma que o projeto conhecido como cura gay estimula o preconceito contra homossexuais. A votação do projeto de decreto legislativo 234 de 2011, deve ocorrer essa semana no plenário da Câmara dos Deputados.
Caso aprovado, o decreto permitiria a reversão da orientação sexual homossexual por intermédio de tratamento psicológico. O presidente e líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), prometeu apresentar amanhã (2) um requerimento para aprovar em regime de urgência o projeto. Se aprovada a urgência, o texto segue direto para o plenário, sem passar pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição, Justiça e Cidadania. O texto já aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias
O decreto propõe suspensão de dois trechos de resolução instituída em 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) que regulamenta o trabalho dos psicólogos. A recomendação dos artigos é que o psicólogo não trate a homossexualidade como patologia.
Para o Conselheiro do CFP e doutor em psicologia Celso Tondin, a aprovação do decreto significaria um grande retrocesso para a sociedade brasileira. Ele destaca que o projeto que permite a reversão da homossexualidade contraria não apenas o Conselho de Psicologia como também a resolução da Organização Mundial da Saúde (OMS) que retirou a homossexualidade da lista de doenças e colocou sua condição de orientação.
Além disso, para o psicólogo o decreto incentiva a homofobia, ou seja o preconceito contra os homossexuais, e legitima a perseguição a essa parcela da população. Ele afirma que não existe nenhuma teoria psicológica que possibilita reverter orientação sexual. Segundo ele, os homossexuais "precisam de direitos e não de tratamento". (pulsar)
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