A Jornada de Lutas “Rio 2016: Jogos da Exclusão” foi aberta nesta segunda-feira (1º) com a realização da Vigília da Dignidade, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. O evento, que envolveu organizações, movimentos sociais e religiosos, nacionais e internacionais, levou à praça debates sobre desigualdades sociais e ambientais, preconceitos e violações de direitos humanos. Uma grande tenda branca foi a “casa comum” para católicos, protestantes, praticantes da religião wicca, celta, do candomblé, da umbanda, dentre outras.
As várias rodas de diálogos, apresentações culturais e trocas de saberes demonstraram as resistências dos povos às injustiças da “sociedade de mercado”. Em carta, as violações envolvidas na realização das Olimpíadas reforçaram que estar nas ruas, em meio ao atual contexto político e econômico brasileiro, significa “um gesto pela Democracia”. O objetivo da vigília foi promover a tolerância e o encontro entre os povos, sem deixar de fazer a crítica à violência do sistema político e econômico dominante.
De acordo com a Mãe Ialorixá Adriana Martins, o extermínio da juventude negra está relacionado à discriminação sofrida pelas religiões afro-brasileiras. Além da questão religiosa, a guerra às drogas foi lembrada como elemento promotor do racismo. Adriana acredita que essa guerra é uma cortina de fumaça para o extermínio da juventude negra.
Para Adriana, o governo retira o direito de ir e vir da população negra. No Rio de Janeiro, um dos maiores exemplos é a dificuldade que os jovens negros têm de chegar nas praias da zona Sul. Ela lembra também do problema dos autos de resistência, utilizados para mascarar a violência e o genocídio.
A semana dos Jogos da Exclusão vai até a próxima sexta-feira (5) com o Ato “Rio 2016 – Os Jogos da Exclusão”. Veja a programação completa em http://bit.ly/JogosdaExclusao. (pulsar/Rio2016 Jogos da Exclusão)