Durante reunião do Conselho Consultivo de Rádio Digital realizada hoje (28), em Brasília, a realização de novos testes sobre os possíveis padrões tecnológicos de rádio digital a serem adotados no Brasil foi defendida pelo Ministério das Comunicações (MiniCom). Foram dois anos para realização dos primeiros testes. No entanto, o MiniCom não apontou prazos para os próximos.
São dois padrões estudados para se adaptarem à realidade brasileira: o europeu DRM e o estadunidense HD Radio Iboc. Em entrevista à Pulsar Brasil, o diretor de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Octavio Pieranti, avaliou que os primeiros testes, realizados entre 2010 e 2012, não foram satisfatórios.
Ele explicou que a cobertura do sinal digital de ambos os padrões tecnológicos foi muito inferior à cobertura do sistema analógico. De acordo com Pierante, uma das hipóteses é de que os equipamentos não estivessem devidamente configurados. Por isso, o Ministério falou em uma provável nova bateria de testes com parâmetros rigorosos definidos em conjunto com os sistemas e os integrantes do Conselho.
Pierante também explicou que o Ministério não quer definir qual será o sistema digital adotado antes de realizar os novos testes com ambos os padrões em disputa. Segundo ele, primeiro é necessário “ver qual o melhor sistema para a realidade brasileira”. Dentre os parâmetros de escolha citados por Pierante está a cobertura mais ampla possível.
Desde o anúncio sobre a implementação da rádio digital no Brasil, entidades que lutam pela democratização da mídia demonstram preocupação e reivindicam a ampliação do debate para todos os setores sociais interessados em contribuir na decisão sobre o padrão tecnológico a ser adotado. Durante a reunião do Conselho, Pierante anunciou que rádios comunitárias de Santa Catarina, que integram a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), “deram indicativo de que vão convocar uma audiência pública” sobre o tema. O MiniCom garantiu presença. (pulsar)